terça-feira, 31 de janeiro de 2012


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fato e razão
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CORREIO MFC BRASIL Nº277


Ao longo da história dos homens, muitos aderiram ao projeto de Deus. Outros o rejeitaram pretendendo ser como Deus. Já não sabem distinguir entre o bem e o mal. Este uso equivocado da liberdade é a origem de todos os males que atingem a humanidade. É chamado de pecado original, aquele que está naorigem de todos os mecanismos desumanizadores nas relações entre os homens, produzindo sofrimento e tristeza, num mundo criado para a alegria e felicidade de todos.

O desafio da humanização
Helio Amorim*

Há quase 3 mil anos, um sábio escritor, iluminado por Javé, seu Senhor, percebeu esse desvio no interior mesmo do Povo de Deus. Influenciado pelos cananeus e seus deuses, o povo assumia práticas e costumes desumanizadores. Para alertar o povo sobre os males desse afastamento do projeto do Criador, aquele escritor escreveu uma interessante história, baseada nas crenças populares sobre a origem do mundo. Essa parábola catequética muito interessante começa na metade do versículo 4 do capítulo 2 do Livro do Gênesis. Não relata acontecimentos históricos.

É um relato poético, muito contundente, para denunciar os desvios dos homens que se afastam do projeto de Deus.

O autor mostra o mundo maravilhoso que o Senhor planejou para todos que nele habitam. Convivendo em harmonia, entre si, com Deus e a Natureza, em paz consigo mesmos, todos os homens e mulheres, representados no relato por Adão e Eva, vivem felizes numa terra fértil e bela, livre de toda maldade.

Ao romper com o projeto de Deus, a humanidade cria condições para que o mal irrompa no mundo. Naquele relato, essa ruptura com o projeto de Deus, ou desobediência, é retratada simbolicamente no comer o fruto da árvore do bem e do mal, significando que a humanidade quis se substituir a Deus, ser como Deus, criar seu próprio projeto, em desacordo com o do Criador. Sutilmente denuncia a má influência da religião dos cananeus, pela serpente que a simbolizava. Por causa desse rompimento da humanidade com Deus e o seu projeto, o trabalho se torna um peso, a dor e o sofrimento oprimem homens e mulheres expulsos do jardim.

Homens que deveriam viver como irmãos, passam a invejar, agredir, escravizar e matar, representados no relato por Caim. A ânsia de dominar o mundo e ser como Deus estabelece a confusão nas relações humanas, ninguém mais se entende, já não se fala uma mesma língua. A torre de Babel simboliza essa desordem na sociedade que quer prescindir de Deus.

O autor denuncia a dominação do homem sobre a mulher. O homem negocia com o futuro sogro as condições para possuir a mulher, que passará a ser sua propriedade, assim como ele possui terras, camelos e cabras. Ela levará a culpa de tudo que acontecer de mal. A própria serpente, que representa a religião cananéia, escolhe Eva, a mulher, para exercer a sua má influência sobre os homens. Adão joga a culpa da sua desobediência sobre a mulher, mas não consegue iludir Deus.

Então o autor do relato recorda ao homem como deverá ser a união entre o homem e a mulher, que deixarão seus pais para serem uma só carne, porque ela é como ele, criada de sua costela, osso dos meus ossos". Essa expressão, para aquele povo, significava exatamente essa igualdade entre pessoas de mesma condição social ou parentes. A dominação do homem sobre a mulher é assim denunciada, como contrária à humanização de ambos.

Nesse relato tão antigo, seu autor também ensina que o Deus do seu povo é o único, autor de toda a Criação, transcendente e superior a tudo o que foi por Ele e somente por Ele criado gratuitamente e entregue ao homem para que dele cuide de modo responsável, com o suor do seu corpo.

Esse continua sendo hoje o desafio para os cristãos, herdeiros da sabedoria desse relato catequético: promover mais humanização, uma justa distribuição dos bens da natureza e dos frutos do trabalho humano entre todos os homens e mulheres.

É missão dos cristãos, assumindo o projeto de Deus, fazer do mundo criado um lugar propício à plena humanização de todos os homens e mulheres, tal como o Paraíso poeticamente descrito como jardim aprazível.

*Adaptado de “Descomplicando a Fé”, editora Paulus


segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Porque a Igreja não quer e não pode abolir o Celibato

Para debate:

“O homem só amadurece sob o olhar da mulher e a mulher sob o olhar do homem. Homem e mulher são recíprocos e complementares.”

Leonardo Boff

Teólogo, escritor

O levantamento dos padres pedófilos em quase todos os países da cristandade católica está ainda em curso*, revelando a extensão deste crime que tantos prejuízos têm provocado em suas vítimas. É pouco dizer que a pedofilia envergonha a Igreja, pedir desculpas e fazer orações. É pior. Ela representa uma dívida impagável àqueles

menores que foram abusados sob a capa da credibilidade e da confiança que a função de PADRE encarna.

A tese central do Papa Ratzinger que cansei de ouvir em suas conferências e aulas vai por água abaixo. Para ele, o importante não é que a Igreja seja numerosa. Basta que seja um “pequeno rebanho”, constituído de pessoas altamente espiritualizadas. Ela é um pequeno “mundo reconciliado” que representa os outros e toda a humanidade. Ocorre que dentro deste pequeno rebanho há pecadores criminosos e é tudo menos um “mundo reconciliado”. Ela tem que humildemente acolher o que dizia a tradição: a Igreja é santa e pecadora e é uma “casta meretriz” como diziam alguns Padres antigos. Não é suficiente ser Igreja. Ela tem que trilhar, como todos, pelo caminho do bem e integrar as pulsões da sexualidade que já possui um bilhão de anos de memória biológica, para que seja expressão de enternecimento e de amor e não de obsessão e de violência contra menores.

O escândalo da pedofilia se constitui num sinal dos tempos atuais. Do Vaticano II (1962-1965) aprendemos que cumpre identificar nos sinais uma interpelação que Deus nos quer transmitir. Vejo que a interpelação vai nesta linha: está na hora de a Igreja romano-católica fazer o que todas as demais Igrejas fizeram: abolir o celibato imposto por lei eclesiástica e liberá-lo para aqueles que vêem sentido nele e conseguem vivê-lo com jovialidade e leveza de espírito. Mas esta lição não está sendo tirada pelas autoridades romanas. Ao contrário, apesar dos escândalos, reafirmam o celibato com mais vigor.

Sabemos como é insuficiente a educação para a integração da sexualidade no processo de formação dos padres. Ela é feita longe do contacto normal com as mulheres, o que produz certa atrofia na construção da identidade. As ciências da psiqué nos deixaram claro: o homem só amadurece sob o olhar da mulher e a mulher sob o olhar do homem. Homem e mulher são recíprocos e complementares.

O sexo genético-celular mostrou que a diferença entre homem e mulher em termos de cromossomas, se reduz a apenas um cromossoma. A mulher possui dois cromossomas XX e o homem um cromossoma X e outro Y. Donde se depreende que o sexo-base é o feminino (XX), sendo o masculino

(XY) uma diferenciação dele. Não há pois um sexo absoluto, mas apenas um dominante. Em cada ser humano, homem e mulher, existe “um segundo sexo”. Na integração do “animus” e da “anima”, vale dizer das dimensões de feminino e do masculino presentes em cada ser humano, se gesta a maturidade sexual.

Esta integração vem dificultada pela ausência de uma das partes, da mulher, que é substituída pela imaginação e pelos fantasmas que se não forem submetidos à disciplina podem gerar distorções.

O que se ensinava nos seminários não é sem sabedoria: quem controla a imaginação, controla a sexualidade. Em grande parte, assim é. Mas a sexualidade possui um vigor vulcânico. Paul Ricoeur que muito refletiu filosoficamente sobre a teoria psicanalítica de Freud, reconhece que a sexualidade escapa ao controle da razão, das normas morais e das leis. Ela vive entre a lei do dia onde valem as regras e os comportamentos estatuídos, e a lei da noite onde funciona a pulsão, a força da vitalidade espontânea. Só um projeto ético e humanístico de vida (o que queremos ser) pode dar direção à sexualidade e transformá-la em força de humanização e de relações fecundas.

Neste processo o celibato não é excluído. Ele é uma das opções possíveis que eu defendo. Mas o celibato não pode nascer de uma carência de amor, ao contrário, deve resultar de uma superabundância de amor a Deus que transborda aos que estão à sua volta.

Por que a Igreja romano-católica não dá um passo e abole a lei do celibato? Porque é contraditório à sua estrutura. Ela é uma instituição total, autoritária patriarcal, altamente hierarquizada e um dos últimos bastiões de conservadorismo no mundo. Ela abarca a pessoa do nascimento à morte. O poder conferido ao Papa, para uma consciência cidadã mínima, é simplesmente tirânico. O cânon 331 é claro. Trata-se de um

poder “ordinário, supremo, pleno, imediato e universal”. Se riscarmos a palavra Papa e colocarmos Deus, funciona perfeitamente. Por isso se dizia: “o Papa é o deus menor na terra”, como muitos canonistas afirmaram. Uma Igreja que coloca o poder em seu centro, fecha as portas e as janelas para o amor, a ternura e o sentido da compaixão.

O celibatário é funcional a este tipo de Igreja, porque ela nega ao celibatário aquilo que o faz mais profundamente humano, o amor, a ternura, o encontro afetivo com as pessoas, o que seria mais facilmente propiciado se os padres estivessem casados. Eles se tornam totalmente disponíveis à instituição que ora pode mandá-los para Paris ora pode enviá-los à Coréia do Sul. O celibato implica cooptar o sacerdote totalmente a serviço, não da humanidade, mas deste tipo Igreja. Ele só deverá amar a Igreja. Quando descobre que ela não é apenas “a santa madre Igreja” mas pode ser madrasta que usa seus ministros para a lógica do poder, se decepciona, deixa o ministério com o celibato obrigatório e se casa. Enquanto esta lógica de poder absolutista e centralizador perdurar, não esperemos que a lei do celibato seja abolida por mais escândalos que aconteçam. O celibato é muito cômodo e útil para ela.

Mas como fica o sonho de Jesus de uma comunidade fraterna e igualitária? Bem, isso é um outro problema, talvez o principal. A partir dele colocaríamos diferentemente a questão do celibato e do estilo de Igreja que seria mais adequado ao sonho do Nazareno.


POR QUE SERÁ QUE PERTENÇO AO MFC?


Interessante fazermos esta reflexão de tempos em tempos. Será que pertenço ao movimento porque já faz muito tempo e já me acostumei com a convivência dos companheiros de grupo, ou será porque conheço a finalidade do movimento como evangelizador das famílias?

É normal que nos acostumamos com a convivência dos companheiros de grupo e imprescindível reforçar isso a cada encontro e a cada confraternização. Esta união e integração do grupo servem inclusive de motivação para outros grupos que de repente estejam meio “cansados e desanimados”.

Como mefecistas somos visados e muitas vezes observados por outros casais sobre como “somos família” e como superamos os nossos problemas. Por isso, é importante nos abastecer sempre nos grupos, refletindo a palavra de Deus e sobre as dificuldades da família no mundo de hoje. Criar no MFC uma demanda (oração/formação e etc.) sobre as ferramentas necessárias para que as famílias superem os desafios do dia a dia e assim multiplicar para outras famílias. Reforçar o tradicional VER, JULGAR e AGIR em nossas reuniões e outros eventos do movimento. Vamos manter o carisma do MFC vivo, este carisma que há 62 anos norteou o movimento e o manteve vivo e forte despertando em todo mundo muitas lideranças que hoje não estão mais conosco no dia a dia do MFC, mas estão ativos na comunidade em outros movimentos, pastorais e atividades de capelas.

Graças a estes casais que antes de nós se dedicaram com muita ação é que o MFC se manteve e assim também termos a oportunidade de conhecer este movimento. Por isso, lembremos, que o MFC de hoje, é resultado do esforço de muitas pessoas do passado e cabe a nós, a continuidade para que outras pessoas e, inclusive nossos filhos, também tenham a honra de viverem essa experiência de família mefecista.

Somos Cristãos Católicos. Continuemos servindo a Cristo, trabalhando por um mundo melhor, no MFC, nos comprometendo com a evangelização de nossas famílias e de outras famílias, levando a palavra de Deus e as convidando para fazer parte do nosso meio.

A nossa Igreja e o MFC contam conosco!

Mensagem do Movimento Familiar Cristão
Santo Antônio da Platina - Paraná
Adaptado para o MFC Notícias

MFC VITORIA DA CONQUISTA-BA PROMOVE AÇÃO EM PROL DE SEMINÁRIO



O
Movimento Familiar Cristão de Vitória da Conquista – Bahia numa ação conjunta com a Pastoral Familiar, promovem no domingo, 5 de fevereiro, uma Quermesse com o objetivo de arrecadar recursos para a reforma do Seminário Nossa Senhora de Fátima, que necessita de uma reforma emergencial por conta de infiltrações decorrentes do mau estado do telhado.

Serão montadas barracas no pátio externo do Seminário para venda de salgados, tortas, pipocas, algodão-doce, batata-frita, espetinho e feijoada. Para a criançada, serão oferecidas atividades recreativas, espaço de leituras e de brinquedos. Para adultos e idosos, serão disponibilizados testes de glicemia e pressão arterial.

O evento envolve toda a família mefecista, membros da Pastoral da Família e toda comunidade de Vitória da Conquista.